terça-feira, novembro 29

Mudam-se os tempos...

Quando era miúda (ou seja, quando tinha 15 anos) lembro-me de ver colegas e amigos meus reunidos nas mesas do bar a jogarem às cartas. Eles passavam horas naquilo. Não faziam mais nada no intervalo e chegavam mesmo a faltar às aulas. Lembro-me que eram eles numa ponta do polivalente de roda das cartas e nós na outra ponta "a viciar" nos matrecos - engraçado como a palavra "matrecos" ganhou todo um novo significado nos últimos dias.

Eu não percebia aquele fascínio pelas cartas. Eles - todos rapazes - vangloriavam-se com as vitórias, desesperavam com as derrotas e viviam cada jogo com uma intensidade surreal. Ainda tentei perceber como é que se jogava mas o meu interesse durou segundos. 
Lembro-me de um episódio em que um amigo meu esvaziou bolsos atrás de bolsos...todos cheios de cartas! Só para depois abrir a mochila...e encontrar mais cartas...cuidadosamente guardadas em bolsas de plástico.

Não, não eram cartas banais. Eram cartas Magic. Existia mesmo o "Clube Magic" na nossa escola...frequentado por rapazes com uma certa dose de geek"ice".

Não percebia. Eu e os meus 15 anos não conseguíamos encontrar o interesse daquele jogo que, confesso, me parecia extremamente complicado.
Hoje...tenho esta carta (daquelas cartas que esbugalha os olhos de quem joga Magic):


Sou uma planeswalker assumida e sim...tenho mais que um baralho. Só não jogo mais porque nem sempre tenho tempo, mas sempre que posso pego nas minhas cartas Magic. Não, o jogo não é assim tão complicado. Sim, é espectacular. Sim, vicia. Sim, agora percebo a pancada dos meus amigos.

O facto de ter 21 anos é completamente irrelevante...e quem acha o contrário é preconceituoso e pode sair do meu blogue...tipo...já. Vá.

quinta-feira, novembro 24

Novas leituras

[primeiro post oficial nesta página]

Acabei recentemente de ler o último livro das Crónicas de Allaryia, do brilhante Filipe Faria. Este último livro foi de suster a respiração, sensação à qual o autor já nos habituou, e deixou-me com a sensação de que as crónicas não vão ficar pelo Oblívio - o que me deixou expectante e entusiasmada.


No fim de uma saga que já durava há cerca de sete anos - pelo menos para mim - fiquei meio perdida. E agora? O que é que vou ler?
Li um pequeno romance romântico da Maggie O'Farrel, My Lover's Lover (Incertezas do Coração, na tradução portuguesa) pela simples razão de nunca ter lido nada do género. Gostei muito do livro, a autora prende-nos ao seu imaginário e transporta-nos directamente para a mente das personagens. Foi bom, mas foi rápido e rapidamente voltei ao vazio deixado pelas crónicas.


O meu namorado tinha comprado uns livros fantásticos de um tal de George R.R. Martin. Li informações sobre o autor, descobri que já existia até uma série de TV baseada na obra e a contra-capa da Guerra dos Tronos foi o golpe final.

Levei o primeiro livro emprestado, um calhamaço daqueles, li-o em cerca de duas semanas e neste momento estou a devorar o segundo. É verdade...estou viciada. 

Confesso que no início fiquei relutante...nada se poderia equiparar às Crónicas de Allaryia. Por outro lado queria afastar-me um pouco do fantástico, explorar outros géneros. Mas enganei-me...no sentido em que existem inúmeras formas de abordar o fantástico. 

Encontrei n'As Crónicas de Gelo e Fogo personagens fascinantes, mundos desconhecidos e pontos de vista brilhantes, num mundo em que não existem elfos nem gnomos. Existem reis, rainhas, bastardos, guerreiros, traição e honra. Personagens brilhantemente exploradas. A magia está lá...mas não se deixa vislumbrar.

Resumindo...é o meu novo vício e as horas passadas nos transportes transformaram-se em momentos preciosos. 

Se recomendo? Apenas digo que para quem gosta do género...é obrigatório. Para quem não gosta...vai passar a gostar.